Brasileiro menos confiante
Texto: Redação Revista Anamaco
O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pela PiniOn, alcançou, em agosto, 95 pontos, diminuindo 1,0% e 5,0% em relação a julho e ao mesmo mês do ano passado, respectivamente. Com isso, chega à quinta queda mensal já que, desde fevereiro, encontra-se no campo pessimista (abaixo de 100 pontos). A sondagem foi realizada com uma amostra de 1.679 famílias, em todo o País, residentes em capitais e cidades do interior.
Em termos regionais, os resultados foram heterogêneos, com ausência de variação da confiança na Região Centro-Oeste, redução para as famílias do Norte e Sudeste e aumento para as residentes no Nordeste e no Sul. Na análise por classe socioeconômica, os resultados também foram mistos, com queda do índice para as classes AB e DE, e aumento para os consumidores da classe C.
A pesquisa, pela primeira vez, exibiu os resultados por gênero, mostrando leve queda entre os entrevistados do sexo feminino e discreto aumento entre os do sexo masculino.
O estudo revela, ainda, que houve leve melhora na percepção das famílias em relação à situação financeira atual, mas as expectativas de renda e emprego apresentaram moderada piora em relação ao mês anterior, com discreta diminuição da segurança no emprego.
De acordo com o levantamento, a melhora na percepção da situação atual resultou em maior disposição para comprar itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, como geladeira e fogão. Já a propensão a investir para o futuro, que depende mais das expectativas, apresentou redução.
Para Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, a atividade econômica e o emprego ainda mantêm certa resiliência, o que, unido ao novo consignado e a outras transferências de renda governamentais, sustenta o ânimo e o consumo das famílias. “Porém, o alto grau de endividamento das famílias e os efeitos negativos das altas taxas de juros sobre a atividade econômica, que já começam a ser sentidos, poderão continuar gerando diminuição da confiança do consumidor ao longo dos próximos meses”, completa Gamboa.
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